sábado, 13 de abril de 2013

Germinar


Germinar

São amados, aqui, agora, são profundamente amadas.
Esta é a presença de deus no teu interior, no teu exterior.
Tudo é um agora.
Tudo é um.
Agora.

Sente esta paz para além do que acostumas perceber.
É o mesmo que permitires que caia uma pedra num buraco negro: nem ouves o som da pedra ao chegar ao fundo, mas sentes a sua queda. Assim é a minha presença hoje em ti. É um pequeno estímulo que te permite perceber quanto há de profundo em ti, os níveis de existência espiritual que há em ti. E a minha voz, e o meu corpo, não são a verdade, assim como a pedra não é o buraco. Mas a voz e a pedra são a ferramenta para descobrir o buraco, para acordar a alma na amplitude e intensidade necessárias neste momento de mudança.

Essa profundidade que percebes agora na alma é o mesmo que uma semente dentro da terra a receber o aconchego, a pressão, o calor e a humidade que germinam a vida. Do mesmo modo, as almas estão em estado latente. Costuma-se viver no corpo e na mente, sendo a experiência espiritual um momento uma realidade que se mostra timidamente.
A semente está escondida na terra em estado latente. A alma é como um amigo que chega de visita à tua casa e que não sabes nada dele. Não conheces seus hábitos, somente sabes da sua visita. Acolhes este amigo e esse momento de novidade serve para abrir o coração. Nasce a felicidade, uma percepção da vida que está mais além do comum e tem a ver com a verdade que te habita. Essa visita do amigo é como a gota de água que chega à semente, como o calor do raio de sol que aquece a semente. Espreitas a vida, abres uma janela à vida desde outro ponto de vista. É só um momento porque tu és uma semente; se recebesses água o tempo todo, apodrecerias, se recebesses sol o tempo todo secarias. Mas esses estímulos, que são as intuições que recebes da tua alma, são o alimento para te lembrar o caminho à vida plena.
Teu labor como semente é confiar na germinação, não te importares tanto com as circunstâncias do que acontece ali acima, no mundo. O mais real de ti acontece no profundo invisível dum novo mundo a nascer. Tira importância das formas, daquilo que acontece. Fica aberta a receber essa gota de água, esse raio de sol, na melhor forma para tua germinação. Recebe as mensagens da tua alma, que mudam o mundo, mas não esperes sempre a mesma gota, o mesmo raio, e não esperes sempre da tua alma a mesma intuição, a mesma mensagem. A sabedoria da alma não é a verdade das formas, exprime-se sempre diferente e muda; cada dia a gota cai numa direção diferente, ajudada por um vento diferente, e isso não importa. Não julgues aquilo que intuis, mas aceita-o como alimento do teu crescimento, porque essa intuição leva ao nascimento, ao milagre da vida. Isso é o que interessa à semente, apaixonar-se pela vida. Não queiras estabelecer verdades acerca do mundo, de ti própria, dos outros. O novo mundo precisa primeiro de nascer. Quando o amigo te bate à porta de casa, quando a intuição chega, abre a porta, abre o coração e abraça. Não julgues se a intuição é apropriada: é sempre apropriada, é sempre alimento para a vida e é sempre distinto.
Valoriza, pois, a escuta da tua alma, da tua intuição, um caminho para te apaixonares pela vida. Se a tua intuição te afasta da vida, é a mente o que estás a escutar, não é a alma.

Aqui, agora,
tu és amada,
profunda e absolutamente amada.

Mensagem transmitida pelo Alberto Saiz Rodríguez
numa meditação grupal no dia 1 de dezembro de 2013 na Moita (Portugal)